Carregando agora

Emilia Pérez oscila entre cenas muito boas e cenas muito ruins; Crítica

Emiliz Perez

Emilia Pérez oscila entre cenas muito boas e cenas muito ruins; Crítica

Após saber sobre os indicados ao Oscar 2025, nós, brasileiros, criamos um ódio espontâneo e puro contra o filme Emilia Pérez. O ranço teve início no Globo de Ouro, quando o filme venceu o brasileiro Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme de Língua Não-Inglesa. O filme recebeu 13 (treze!) indicações ao Oscar desse ano e terá confrontos diretos com o longa brasileiro, inclusive na mesma categoria. O excesso de indicações levantou a pergunta: o filme é tudo isso mesmo?

Primeiro, é preciso falar que o filme, que é um musical, é repleto de polêmicas. Emilia Pérez mostra a história de Rita (Zoe Saldaña), que trabalha em um escritório de advocacia. Para garantir sua própria sobrevivência, ela auxilia um líder de cartel a se desvincular do crime, na esperança de, enfim, se tornar a mulher que sempre desejou ser.

A principal polêmica é que o longa se passa no México, ou seja, seria uma história mexicana, mas foi gravado na França e dirigido pelo francês Jacques Audiard, indicado ao Oscar de Melhor Direção. Além de todos os personagens principais não serem atores latinos. Os mexicanos, com toda razão, acusam o filme pelo excesso de estereótipos, ignorância, falta de respeito, entre outras coisas. O sotaque dos atores também é bastante criticado.

Emilia Pérez
Emilia Pérez mistura polêmicas e performances marcantes, gerando debates intensos sobre suas 13 indicações ao Oscar.

Polêmicas, Estereótipos e Atuações: O Impacto de Emilia Pérez nos Prêmios de 2025

A polêmica mais recente é o uso de Inteligência Artificial para aumentar o alcance vocal de Karla Sofía Gascón, que vive Emilia, indicada na categoria de Melhor Atriz.

Polêmicas à parte e deixando de lado a emoção brasileira, é preciso admitir que o filme é bom. Desde o início, ele envolve e prende quem assiste. As cenas iniciais, com Zoe Saldaña, são muito boas. E aqui está mais uma questão que gera polêmica no longa: Saldaña é a protagonista de Emilia Pérez. Porém, para ter mais chances nas premiações, a Netflix inscreveu a atriz como coadjuvante para não ter que enfrentar uma categoria mais “pesada” (Melhor Atriz) e jogou Sófia Gascón aos leões.

Saldaña é a melhor coisa do filme. Ela está muito bem. Muito bem mesmo. É muito bom vê-la em cena. As melhores cenas, as melhores músicas, a melhor performance, é dela. É uma atuação digna de Oscar.

Por outro lado, nem tudo são flores. Por mais que o filme tenha boas cenas, há outras bem ruins e de gosto duvidoso, como as cenas que estão viralizando nas redes sociais. Duas chamam bastante atenção: a cena de Rita chegando ao hospital para buscar informações sobre a cirurgia de redesignação de gênero e a tripla ligação entre Rita, Emilia e Jessi Del Monte, ex-esposa do narcotraficante, vivida por Selena Gomez. Selena, por sinal, é o ponto fraco do filme, com uma atuação abaixo do esperado para seu nível. Uma pena, porque ela está ótima na incrível série Only Murders in the Building. Talvez a barreira do idioma tenha a prejudicado, mas sua atuação está abaixo das suas companheiras de cena.

Oscilações e Méritos em 13 Indicações ao Oscar

Como já dito, o filme está concorrendo em 13 categorias no Oscar. É para tanto? Das 13 indicações, considero que 6 são indicações técnicas, o que me impede de opinar se é merecido ou não. Por outro lado, é preciso admitir que as indicações em Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Atriz Coadjuvante, com Zoe Saldaña, são bem justas. Mesmo oscilando entre cenas muito boas e cenas muito ruins, o saldo de Emilia Pérez é positivo. O filme é bom e vale muito a pena assistir.

Texto escrito por: Bruno Felipe

Nota do crítico:

Share this content:

Publicar comentário