Uma stripper americana que fala russo vive um romance com o filho de um oligarca russo, relação que começou como um serviço de prostituição. De forma impulsiva, esse romance se transforma em um casamento em Las Vegas. Ao descobrir o novo relacionamento do filho, seus pais bilionários fazem de tudo para anular a união. O que poderia ser um drama pesado, Sean Baker transforma em uma comédia dramática divertida de assistir.
Para começar, as primeiras cenas do filme nos inserem na vida de Ani, a Anora, interpretada brilhantemente por Mikey Madison. Sexo, sexo e mais sexo. O jeito encantador de Ani deixa o filho do oligarca completamente fascinado por ela. Até que, depois de muitas drogas e luxo, eles se casam em Las Vegas. Parece um clichê de filme americano, mas é o desenrolar da trama que torna o filme divertido.
Após descobrir o casamento, os pais do jovem, que vivem na Rússia, enviam seus funcionários para encontrá-lo e anular a união. O filho foge. O que começa como um clichê de casamento impulsivo em Vegas logo se transforma em um clichê americano de perseguição. O russo foge, enquanto os capangas e Ani vão atrás dele. Enquanto os capangas querem acabar com o casamento, Ani tenta entender o que está acontecendo.
A perseguição resulta em uma série de cenas divertidas e caóticas, mas bem coreografadas. Personagens falando ao mesmo tempo, em uma sincronia bem trabalhada. Múltiplas brigas acontecendo simultaneamente, cada uma com seus próprios conflitos. Tudo é realizado com maestria, sem dar a sensação de confusão excessiva ou falta de compreensão. O espectador consegue acompanhar tudo perfeitamente.
No entanto, essa perseguição acaba se tornando cansativa e perde parte de sua graça. Em certo momento, parece que estamos assistindo à mesma cena repetidamente. Enquanto isso, Madison continua brilhando em todas as suas cenas. Anora transita do deslumbre de sonhar com uma vida de alto luxo para a decepção ao perceber onde e com quem se meteu. A atriz consegue transmitir perfeitamente as emoções da personagem, permitindo que o público sinta o que Ani está vivenciando.
No geral, Anora é um filme divertido, impulsionado por uma atriz cativante, mas que se torna longo, repetitivo e cansativo.
Texto por: Bruno Felipe
Nota do crítico:
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