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Crítica | Round 6 – Temporada Final

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Crítica | Round 6 – Temporada Final

[Atenção! Essa crítica contém spoilers da terceira temporada de Round 6]

Round 6 (Squid Game) se consolidou como um marco da televisão recente ao abordar temas como desigualdade social, capitalismo extremo e as consequências da ganância humana. A terceira e última temporada mantém o tom brutal que já era esperado após o sucesso das temporadas anteriores. Com menos episódios, a série consegue uma narrativa mais enxuta, sem enrolações, mas sem perder a intensidade do drama e do suspense.

O Desafio da Narrativa e a Brutalidade Crescente

O criador e diretor Hwang Dong-hyuk nunca fugiu de finais impactantes e sombrios. Nesta temporada, a expectativa era que a violência e o derramamento de sangue fossem ainda maiores — e assim aconteceu. O desafio narrativo era retratar essa brutalidade sem transformar a série em uma simples indulgência voyeurística, algo que Hwang conseguiu evitar ao equilibrar momentos de tensão com sutilezas emocionais.

Personagens e Arcos que Deixam a Desejar

Mesmo com o foco e objetividade, alguns arcos ficaram mal aproveitados. Um exemplo claro é o do detetive Hwang Jun-ho (Wi Ha-joon), que passou praticamente duas temporadas em busca da ilha e do irmão, mas que, quando finalmente encontra a verdade, pouco contribui para o desfecho. Essa subutilização prejudica o ritmo da narrativa e gera frustração.

Já o protagonista Gi-hun (Lee Jung-jae) recebe um desfecho carregado de simbolismos. Sua trajetória mistura ressentimento, culpa e resignação, mas também um crescimento em altruísmo — um homem inicialmente egocêntrico que aprende a ser solidário. A relação e o duelo entre ele e o antagonista, o Front Man, são marcados por uma luta de sutilezas que vai além da violência física.

A Crítica Social e a Solidão do Protagonista

A série não se limita a um espetáculo de jogos mortais. Ela provoca uma reflexão profunda sobre o que a sociedade atual — especialmente as estruturas de poder e riqueza — faz com os indivíduos, transformando-os, muitas vezes, em monstros. Round 6 questiona se, diante desse cenário brutal, ainda há espaço para a solidariedade e a humanidade.

O conflito final levanta a pergunta: “Você ainda acredita nas pessoas?” — e é nas ações de Gi-hun que a resposta é dada. A solidariedade emerge como a única forma possível de sobrevivência humana em um ambiente hostil e desumano.

O Fim e as Possíveis Continuações

Embora Gi-hun tenha causado uma revolução no sistema dos jogos, o final deixa em aberto se ele conseguiu acabar com o problema globalmente. A indicação para um possível spin-off ambientado nos Estados Unidos sugere que a franquia pode continuar, deixando o ciclo da violência e desigualdade para novos territórios.

Esse tipo de final “agridoce” já começa a cansar, pois apesar da crítica social forte, o público muitas vezes espera um desfecho mais satisfatório e esperançoso. Ver repetidamente que o rico sempre vence é uma realidade incômoda, mas que na ficção poderia ganhar contornos mais subversivos e redentores.

Conclusão

Em sua essência, Round 6 permanece um espetáculo visualmente impressionante, com sets criativos e uma fotografia que reforça o peso emocional da trama. A série mantém a capacidade de nos colocar no lugar dos VIPs e do público, desafiando nossas próprias reações ao sofrimento e à violência.

Mais do que apenas uma história de brutalidade e sobrevivência, Round 6 é uma narrativa que nunca perdeu o coração. É essa humanidade, apesar do cenário cruel, que torna a série uma obra tão marcante e relevante.

Nota:

Avaliação: 3 de 5.

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