[Atenção! Esta crítica contem spoiler da série Coração de Ferro]
A série Coração de Ferro, do Universo Cinematográfico da Marvel, surge com a promessa de apresentar uma nova mente brilhante à altura de Tony Stark. No entanto, o que poderia ser uma história inspiradora de superação se torna uma trama frustrante. Com personagens mal desenvolvidos e uma protagonista difícil de se conectar, a produção entrega pouco impacto e falha em sua missão de renovar o legado do Homem de Ferro.
Uma protagonista sem carisma nem evolução
Desde sua estreia em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, Riri Williams (Dominique Thorne) já se mostrava arrogante. Isso não seria um problema, caso a série oferecesse um arco de redenção bem construído. O problema é que isso não acontece. Ao longo de seis episódios, ela decepciona todas as pessoas que se importam com ela, toma decisões moralmente questionáveis e comete crimes — inclusive assassinato. E tudo isso sem um roteiro que justifique essas ações.
Diferente de Tony Stark (Robert Downey Jr.), que teve seu arco de redenção logo no primeiro filme, Riri permanece estagnada. Stark começou como um bilionário egocêntrico, mas ao perceber os danos causados por sua empresa, desativou o setor de armas e passou a agir com propósito. Já Riri, mesmo sendo apresentada como uma jovem genial, continua cometendo delitos e vendendo trabalhos acadêmicos para se sustentar. A série até menciona a desigualdade social como justificativa, mas de forma superficial. Isso faz com que a personagem pareça mais invejosa do que realmente crítica ao sistema.
Falhas de roteiro e personagens rasos
Além da protagonista mal escrita, a série sofre com diversos furos de roteiro. Em certo momento, Riri afirma que Tony Stark só teve sucesso por ser bilionário. Mas a própria narrativa do MCU mostra que ele criou sua primeira armadura em uma caverna, com sucata. Ou seja, sua genialidade foi mais decisiva do que seus recursos financeiros iniciais.
Outro ponto problemático é a forma como a série lida com o legado da armadura do Homem de Ferro. Durante anos, as Indústrias Hammer tentaram replicar essa tecnologia. Riri, no entanto, já domina esse conhecimento, mas não o utiliza para melhorar sua vida ou ajudar outras pessoas. Ela age sempre movida por interesses pessoais, sem demonstrar qualquer traço de altruísmo.
A situação piora quando ela faz um pacto com Mefisto para trazer uma amiga de volta à vida. Essa atitude reforça sua natureza egoísta e joga por terra qualquer esperança de evolução moral da personagem. Terminamos a temporada com Riri exatamente como começou: egocêntrica, prepotente e sem propósito heroico.
Conclusão
Coração de Ferro desperdiça a chance de apresentar uma nova heroína relevante. A série tenta fazer críticas sociais, mas escorrega em argumentos rasos e personagens desinteressantes. Enquanto Tony Stark teve seu arco completo em um único filme, Riri Williams passa por um longa e seis episódios apenas reforçando suas falhas, sem qualquer sinal de crescimento. A produção deixa a sensação de que a protagonista não é uma heroína — e sim alguém disposta a tudo para satisfazer seus próprios desejos.
Nota:
Gostou da crítica? Então siga o nosso Instagram @onerdarretado para mais análises e conteúdos exclusivos sobre filmes, séries e cultura pop. Acompanhe também o nosso canal no YouTube, O Nerd Arretado, com vídeos, listas e muito mais. E se quiser apoiar o nosso trabalho, acesse aqui e veja como ajudar!
- Superman: Novo clipe mostra o herói e Krypto na Fortaleza da Solidão
- 10 Curiosidades sobre Mefisto que talvez você não saiba
- Coração de Ferro | Crítica
- Crítica | Round 6 – Temporada Final
- Coração de Ferro possui cena pós-créditos? Descubra o que acontece
Share this content:
Publicar comentário