Jake Gyllenhaal vive um cowboy “solitario” em adaptação moderna e clichê de um faroeste.
Se tem uma coisa que John Wick inspirou nos ultimos anos, foi o retorno de filme de “heroi solitário” que se volta contra todos e derruba um grande tirano, instutuição ou simplesmente um chefão milionário e seus capangas.
Não que isso não existia antigamente ou que ele tenha inovado em algo. Mas em uma era onde o cinema prioriza produzir filmes de heróis, alienigenas azuis em outros planetas, ou versões live action de animações antigas, esse formato de filme de ação com foco basicamente em um personagem “brucutu” e bom de braço tinha ficado de lado nos ultimos anos.
Matador de Aluguel (Road House), do Prime Video, ja deixa claro logo no inicio: isso é apenas um faroeste moderno e o nosso “herói” é o famoso cowboy solitário que entra no bar e é encarado por todos até que a primeira confusão aconteca e ele mostra suas habilidades.
A diferença aqui é que o Elwood Dalton (personagem de Jake Gyllenhaal), em vez de cowboy, é um lutador de UFC aposentado e com um passado obscuro nos ringues, e em vez de entrar no bar pra tomar um drinque, ele chegou lá propositalmente para trabalhar como segurança. Mas de resto, tudo está lá: A cidade pequena que está sendo tomada pelos arruaceiros, o Xerife corrupto, a mocinha e até a porta dupla da entrada do bar. O duelo de rua também está lá, porem as armas de fogo são trocadas inicialmente por tapas na cara.
Agora que te deixei situado, vamos ao que interessa: E o filme?
Bom, o filme ele cumpre bem o seu papel: Cenas de ações com um roteiro clichê, mas não exatamente como uma coisa ruim, o filme é bem montado para voce entender o drama do personagem, apesar de não se aprofundar muito em quais foram as consequencias do que ele fez no passado, ou qual o motivo de ele ter feito o que fez. Apenas deixa no ar que o protagonista não gosta de ser provocado, mas nao explica exatamente o porque ele foi provocado no passado.
Jake Gyllenhaal está bem a vontade no papel e consegue passar bem a vibe do heroi debochado que entra numa luta ja sabendo que vai vencer. Em certos momentos lembra até mesmo o proprio Deadpool (Não duvido que tenha alguma inspiração nisso, tendo em vista que o ator é um grande amigo do Ryan Reynolds).
O resto do elenco não tem muito espaço pra mostrar a que veio, grande parte do filme é focado no protagonista e em pouquissimas cenas ele não aparece.
O vilão é o de sempre, um filhinho de papai que quer muito algo que tem no filme nem que pra isso ele precise passar por cima da lei e prejudicar a vida dos outros. Porém, apesar de caricato em vários momentos, o filme consegue nos fazer ter raiva dele e torcer pra que ele tenha o seu fim o quanto antes.
Mas se for pra falar de caricato mesmo, nao posso deixar passar a participação do personagem do lutador Conor McGregor. Não que eu esperasse uma atuação nivel oscar, mas o ator não convence. Desde o momento de sua primeira participação até o fim, todas as vezes que ele aparece em tela, o filme muda o tom, como se fosse uma comédia pastelão. O personagem tem todos os estereótipos de um machão de um desenho animado ou de um filme paródia: anda com os braços abertos, balançando o corpo, assedia mulheres, e a motivação dele é arrumar confusão.
Inclusive a sua primeira cena é um pouco contraditória: como que um personagem que gosta tanto de arrumar confusão aparece em sua primeira cena fugindo pela janela e pelado de um marido traído?
Não que isso seja culpa apenas do inexperiente ator, mas parece que o roteiro foi escrito pensando nisso, com essa intenção, e isso me tirou bastante do filme. Como se a presença dele no filme se justificasse apenas para que o personagem principal enfrentasse um lutador de UFC real.
Por fim, exceto as apresentações extremamente exageradas de alguns personagens e outros que aparecem apenas para levar porrada, o filme consegue fazer a gente se importar com os personagens, entender a motivação do protagonista (inclusive uma cena que faz o personagem “não ir embora” em um certo momento que ele tem a oportunidade de ir), e faz com que o final seja satisfatório com o máximo de clichê possivel, porém de forma agradável. Você pode não sair impressionado e reflexivo sobre as mensagens do filme, mas com certeza não vai sair com a sensação de tempo perdido.
Alem de Jake Gylenhaal e Conor McGregor, o elenco ainda conta com Billy Magnussen (“007 – Sem Tempo Para Morrer”), Jessica Williams (“Falando a Real”), Daniela Melchior (“O Esquadrão Suicida”) e Gbemisola Ikumelo (“Uma Equipe Muito Especial”), entre outros. Matador de Aluguel está disponivel no Prime Video.
Essa é a minha primeira crítica, espero que curtam!!
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Nota do crítico:
Matador de Aluguel – Trailer do filme
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