Filme parece que foi feito apenas para amarrar pontas soltas e preencher data de calendário do MCU.
Quando Steve Rogers se aposentou no final de Vingadores: Ultimato e escolheu seu sidekick e amigo Sam Wilson, o Falcão, para substituí-lo, os fãs da Marvel foram à loucura. Alguns reagiram de forma positiva, pois queriam ver o Falcão se tornar o Capitão América, assim como nos quadrinhos. Outros, de forma negativa, preferiam que Bucky assumisse o manto, tanto por ser o melhor amigo de Steve desde sempre quanto por já ter se tornado o Capitão nas HQs. Houve ainda aqueles que torceram o nariz por desejarem que Steve continuasse como Capitão América para sempre – o que seria impossível, já que os atores envelhecem e querem participar de outros projetos, ao contrário de suas contrapartes nos quadrinhos, que normalmente só envelhecem em revistas fora do cânone ou em realidades alternativas do multiverso.

Porém, a Marvel manteve a decisão de fazer de Sam Wilson o novo Capitão América, dando-lhe uma série (Falcão e o Soldado Invernal) para mostrar a transição e as consequências da escolha de Steve ao passar o escudo para ele. A série não recebeu aclamação massiva, como Loki e WandaVision, mas foi bem executada e abordou de forma clara os desafios que o herói enfrentaria simplesmente por ser um homem negro assumindo o manto de um símbolo historicamente carregado por um típico americano: loiro, branco e de olhos azuis.
Dito isso, com a história da série concluída e Sam oficialmente estabelecido como o herói, Capitão América: Admirável Mundo Novo entrou em produção, desta vez com ele como protagonista. O problema é que esse filme levou quatro anos para ser lançado após a série, o que comprometeu a narrativa, pois praticamente ninguém mais lembrava da história, e diversos outros projetos da Marvel foram lançados nesse intervalo. Isso também gerou um furo de roteiro: onde estava o Capitão América esse tempo todo?
Para piorar, o filme traz personagens e elementos de Eternos (também lançado em 2021) e de O Incrível Hulk, longa com Edward Norton e William Hurt. Este último faleceu em 2022 antes das gravações e foi substituído por Harrison Ford, o que fez com que a trama precisasse de diálogos extremamente expositivos, explicando o tempo todo o que aconteceu no Harlem em 2008 e na praia após os eventos de Eternos, resultando na grande estátua de um Celestial no meio do oceano. A troca de atores também faz com que o filme tente convencer o público de que o General Ross de Ford é o mesmo personagem anteriormente interpretado por Hurt. Para isso, são usados diálogos expositivos que repetem informações que os próprios personagens já conhecem, mas que precisam ser reiteradas para o público – afinal, quem ainda se lembra dos acontecimentos de 2008? Há, inclusive, cenas de um “Jornal Nacional americano” que, toda vez que aparece, reexplica os eventos como se estivéssemos assistindo tudo pela primeira vez.
O adamantium, por sua vez, é mal explorado no filme. Inicialmente, serve como um elemento para mover a trama, mas logo é praticamente esquecido. O que realmente impulsiona a história não é o adamantium nem o surto de Isaiah Bradley (sem spoilers, tudo foi mostrado nos trailers), mas sim o passado. O filme parece mais preocupado em amarrar pontas soltas de produções anteriores do que em construir uma narrativa que avance e traga consequências significativas para o universo Marvel.

Nem mesmo o fato de Sam Wilson ser um herói negro tem relevância na trama, diferentemente da série. O filme menciona esse ponto ocasionalmente, mas parece tratá-lo como se já não fosse mais um problema para o Capitão. O que mais incomoda Sam, na verdade, é o fato de ser um herói sem superpoderes, mais do que a aceitação do público em geral.
As atuações são ótimas. Harrison Ford esbanja carisma, Danny Ramirez, como o novo Falcão, está excelente e suas piadas são bem encaixadas – ele transmite bem a empolgação de um jovem próximo de seus ídolos. Mas o grande destaque vai para Anthony Mackie, que entrega uma performance impecável. Ele merece continuar sendo o Capitão América em todos os futuros projetos da Marvel, mas também merece estar em filmes que valorizem sua história e seu personagem, assim como Chris Evans e seu Steve Rogers tiveram anteriormente.
O filme não é um grande espetáculo, mas também não é horrível nem ofensivo. Não há cenas de ação memoráveis, como as de Capitão América 2: O Soldado Invernal, nem uma fotografia impressionante – pelo contrário, algumas cenas parecem até borradas. É apenas mais um filme da fórmula Marvel, feito para preencher o calendário de lançamentos, amarrar tramas para projetos maiores e posicionar os heróis onde Kevin Feige deseja. No fim, acaba sendo genérico, o que é uma pena, considerando o legado e a importância do personagem dentro do próprio universo Marvel.
Espero que tempos melhores venham para o nosso Capitão América, Sam Wilson.
Ah! E as cenas pós-créditos são bem decepcionantes. Não aparece ninguem interessante, nao progride em nada e so fica em envolta em mistérios. Quer um conselho? Assistam depois na internet, que ja vazou.
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Nota do crítico:
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